quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Visitas às exposições: Seu Sami e Bienal Internacional de Graffiti

Esta semana tive o prazer de visitar essas maravilhosas exposições: Seu Sami do artista Hilal Sami Hilal, e a Bienal Internacional de Graffiti. Ambas valem a pena, e eu fui duas vezes pra poder fazer registros fotográficos.Sobre Seu Sami: uma sacada muito legal do artista sobre a utilização do espaço, porém nem tanto por parte da estrutura burocrática do Palácio das Artes, porque o artista se apropria dos espaços de maneira que proporcione sensações intensas, que é o uso do contraste entre claro e escuro, amplitude e confinamento, na sala do amor, sala da ausencia e sala da dor, uma das experiências mais impressionantes que já tive em uma exposição de arte...acho que conseguria passar um dia inteiro naquela sala escura, pensando, sentido sua energia, porque me impressionou o fato de estar em um ambiente totalmente escuro, e perder a noção do espaço, também causada pelos espelhos, fazendo com que eu me sentisse solto no vacuo e ao mesmo tempo extremamente claustrofóbico, como me relatou o segurança ser o caso de acontecer de certas pessoas não conseguirem entrar na sala devido a essa sensação. Já nas outras galerias, estão expostos trabalhos e metal e algodão do artista...dando vida aos objetos através da textura, volume e tridimensionalidade, como é o caso da trama de algodão, que é permeável à visão, mas não à passagem através dela. A sala dos livros (sherazade) impressiona pela visão proporcionada pelo arranjo dos livros e a idéia de todos se interligarem, formando uma grande história ou uma intertextualidade. O que não gostei e devo reclamar é o tipo de restrição que nós é imposta nessas exposições, principalmente no Palácio, devido à segurança. Não podemos experimentarmos as obras à nossa maneira, digo isso porque fui advertido pelo segurança por ter corrido na sala escura, porque queria saber qual seria a sensação de me lançar na escuridão. Não me arrependo, devemos quebrar as burocracias artísticas, romper essa barreira entre a obra e o espectador, e entre os proprios espectadores entre si.
Bienal: Uma variedade de facetas do graffiti reunidas, e o que é interessante foi a maneira como o graffiti é apresentado, utilizando a amplitude da Serraria para reproduzir o ambeinte urbano em que os desenhos são produzidos.

Logo na entrada existe um grande mural, o Arte de Rua, em que os visitantes pode se arriscar a rabiscar e deixar uma marca para a exposição, fazendo reproduzir o que acontece nas ruas, em que se tem um spray, uma caneta ou o que quer que seja na mão, e se produz o que vier na cabeça naquela hora, ou um desenho mais complexo. Existe também um grande mural contando a história e um pouco da filosofia do graffiti, origens epistemologicas da palavra, falando sobre pinturas rupestres, arte antiga, o poder de expressão que o graffiti tem, suas caracteristicas principais, etc. No mais é uma grande exposição de trabalhos de verdadeiros artistas, cada um com uma técnica, um traço diferente, que deixa margem para que surjam vertentes dentro desse meio, podendo optar pela estetica, pelo abstrato, pela pintura, pelas caricaturas, assim como expressar opiniões politicas, sociais, ambientais e dumanisticas. Uma coisa eu falo, é do caralho e muito foda.

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